domingo, 28 de setembro de 2008

A oncinha do Tokai



Olááá, pessoal! Quanto tempo?!
Andei ocupada, em mais uma mudança na minha vida, mas isso é assunto para um outro post... ou vários outros!
O assunto hoje é: Domingão, eu e meu Amor resolvemos começar a tarde dando uma volta pelo shopping e antes das compras, decidimos esperar as lojas abrirem batendo papo e saboreando o Menu Degustação do Tokai.
Para aqueles que ainda não sabem, eu adoro comidinha japonesa inventada por brasileiros. Todas as variações dos sushis, sashimis, hot rolls e etc.
Então lá estávamos os dois, casal apaixonado, jogando conversa fora, falando da vida, dos amigos, do trabalho, das viagens... Curtindo nosso domingo num restaurante tranqüilo apesar de cheio, e iniciando nossa degustação de sushis.
Bom, quem me conhece sabe que eu tenho esse defeito/qualidade de possuir um radar e prestar atenção a todos os demais seres humanos próximos, adoro estudá-los, analisá-los, admirá-los. Vejo o casal de velhinhos da mesa ao lado, ela animadíssima comendo um prato de yakissoba, enquanto o marido a olha com olhar pouco animado. O pai divorciado que leva a filha adolescente para comer peixe cru e passa todo o tempo ao celular com a namorada que ainda não assumiu para a família. O moço que saiu de casa para corajosamente almoçar sozinho, no shopping, num domingo.
Foi então que toda a minha atenção foi capturada por um ser com menos de 1,55cm, mais de 50 anos, cabelos tingidos de uma cor entre cinza e louro acobreado (vai entender as tinturas e seus efeitos...), barulhenta, falante, com um sotaque de algum estado nordestino, e a tirania digna de algum general do exército de Hitler. Ah, e a criatura trajava uma blusa semi transparente de oncinha.
Tudo começou quando ela insistiu que o garçom deveria mudar a posição das mesas do restaurante, de modo a comprometer a circulação, simplesmente porque a mesa maior oferecida, segundo ela, “estava muito pra fora” do restaurante. Iniciou-se então uma sucessão de episódios da mais pura falta de educação, todos devidamente registrados em minha memória (por um tempo mínimo, eu espero). Ao chamar o garçom ela fazia um barulho indescritível com a boca, algo parecido com “psiu psiu ei” e lá vinha o pobre sujeito para atendê-la, de cabeça baixa, mortificado. Em seguida, ela fazia uma descrição bem particular do prato que queria, algo assim: aquele salmon com arroz e verdura, ah, e aquele negócio por cima... e lá ia o infeliz decifrar que prato do cardápio correspondia àquela bizarra descrição. Ao terminar um prato (para minha infelicidade ela pediu vários...), a sujeita usava os dedos como faca, para colocar o restinho de comida no garfo, e em seguida lambia as pontas dos dedos. Visão do inferno. Ela até rebatizou o peixe de “tutra”, como ele já estava morto mesmo, não deve ter se importado. Não dá para descrever tão bem quanto eu gostaria, mas o pior era a maneira grosseira com que ela se dirigia a quem estava na mesa, aos funcionários do Tokai e até aos interlocutores ao telefone. Sujeitinha sem classe...
Mas, graças ao talento do sushiman do Tokai, a cada sushi degustado eu esquecia aquela aberração à minha frente, e me concentrava na explosão de sabores que cada peça tem. Finalizamos com uma sobremesa de banana, cream cheese e sorvete. Delícia.
E fomos felizes fazer nossas compras!