Domingo, 31 de outubro de 2010. Esta data entra para a história do Brasil como o dia em que foi eleita a primeira mulher Presidente da República. Mas o grande vencedor destas eleições é Luís Inácio Lula da Silva.
Não vou questionar aqui a decisão de uma nação, que democraticamente foi às urnas e lá depositou seus votos. O que me deixa entristecida é perceber quão pobre nossa política se tornou, fazendo com que os eleitores se deixem influenciar por pesquisas, por indicações de padrinhos políticos, por promessas vazias e discursos incoerentes.
Porque divergência de opiniões faz parte da nossa condição de ser humano, é o que nos difere dos ruminantes, galináceos, felinos e mesmo dos caninos que tanto amo. A complexidade das relações que estabelecemos, pensamentos, filosofias, amores e paixões nos movem numa roda viva ao longo da estrada da vida.
E a política faz parte de nós, da convivência em comunidade. Tolo aquele que deixa de exercer um direito tão maior que nós, do voto. Ou aquele que se diz apolítico. Amigo, você pode até não se envolver, não discutir, não participar. Mas a política vem a todos nós, nas ruas em que circulamos, cheias de buracos ou alagadas a cada chuva. Nas escolas que a cada dia ensinam menos aos futuros eleitores deste país. Nos hospitais lotados, sejam públicos ou particulares, onde os médicos tem a dura tarefa de decidir quem vive e quem morre. Nas estradas por onde circulam todas as mercadorias que você compra nos supermercados e feiras, e que pelo seu péssimo estado encarece a cesta básica. Nos impostos que TODOS pagamos, em maior ou menor escala, que bate recorde a cada ano – em 2010 já ultrapassamos o trilhão – sem que haja a contrapartida pelo Estado em serviços públicos à população. Na polícia, ou ausência dela, que vê a criminalidade aumentar, impotente.
Então, após a confirmação de que temos uma nova Presidente, desejo-lhe boa sorte apesar de não me ver bem representada por sua pessoa.
Até 2012, nas eleições municipais!
E viva a democracia!