segunda-feira, 28 de julho de 2008

Fraldinha & Meinha


Desculpem-me mas não resisti. Tinha que ser este o título do post.
No último fim de semana presenciei um momento muito especial na vida de um casal de amigos. Eles firmaram compromisso, papel passado e tudo, de ficar juntos. O que mais me agrada nisso é que eles vivem uma típica história de amor moderna: um não precisa do outro. Um quer o outro. Um escolheu o outro.
E isso para mim é o que melhor define minha geração. Claro que por aí ainda perambulam Rapunzels e Cinderelas (pobres coitadas), uma com os cabelos imensos, para agüentar o peso do príncipe encantado, a outra com os pés deformados pelos sapatinhos de cristal, única forma de ser reconhecida pelo seu futuro eterno amor... Nossa, chego a sentir arrepios de repulsa!
A imensa maioria, no entanto, já se deu conta de que o gostoso é ter realidade, dia a dia, cotidiano como o descrito por Chico: “todo dia ela faz tudo sempre igual...”. Bom, nem tudo, senão vira monotonia. Então cada casal cria sua rotina, com suas peculiaridades – como Fraldinha e Meinha – e assim vão vivendo, felizes.
Por quanto tempo? Quem liga pra isso?! O legal é justamente saber que, como dito lá no início, cada um está com o outro porque QUER. Não porque depende financeiramente, não porque sem o outro se joga do décimo andar. Porque é gostoso, porque se curtem, têm afinidades, diferenças, amor, brigas e no final fazem as pazes. E que delícia fazer as partes depois de uma birra!
Amor hoje é isso, cumplicidade, parceria. As famílias não tem “chefe”, tem um casal, que contribui para o bem estar comum, seja com ambos sendo devorados pelo mercado de trabalho, seja com um trabalhando e o outro dando duro em casa. Temos a liberdade de escolher e isso é fantástico.
Não acredito que a mulher precise ser workaholic para ser valorizada, basta que ela seja inteligente, bem humorada, tenha auto-estima para gostar mais de si do que de um casamento fracassado.
Assim como não basta o homem ter um contracheque para “mandar” na casa. Afinal, quem decide como gastar o dinheiro são as mulheres... Então cabe a eles hoje ter também o nosso jogo de cintura, o jeito manso de falar com voz rouca quando quer convencer o outro a comprar algo mega supérfluo mas indiscutivelmente necessário.
Que maravilha! Viva a igualdade, desigualdade, diferenças, semelhanças entre homens e mulheres. E a liberdade de sermos o que quisermos, porque vivemos no século 21 e a liberdade de se permitir ser é maior que a obrigação em parecer o que não é.
Aos meus amigos, infinita felicidade, que Fraldinha e Meinha passem muitas noites juntos se amando!

domingo, 6 de julho de 2008

A Lei da Vida

A discussão continua sobre a Lei Seca. Aliás, este nome já transmite a idéia de uma Lei arbitrária, e que, portanto, “não deve pegar”. Como dito no blog anterior, discordo. Acredito que o batismo dado pela impressa já demonstra a maneira tendenciosa como este tema está sendo tratado. Os principais meios de comunicação continuam a fazer toda sorte de testes com o bafômetro. Outro dia pegaram três cidadãos e colocaram um para tomar cerveja, outro comeu sete bombons com licor, e outro bochechou com enxaguatório bucal. O resultado? O óbvio. Somente o que efetivamente consumiu a bebida alcoólica não passou no teste.
Surgiu ainda uma Ação judicial movida pela Associação de Bares e Restaurantes – pessoas obviamente mais interessadas no bem estar da população que em seus lucros com venda de bebidas alcoólicas – para declarar a inconstitucionalidade da Lei. Vejam a que ponto chega a referida Associação, ao tratar do assunto: “Além de instituir um clima de terror, experiências anteriores em outros países de proibições extremas demonstram que as conseqüências são desastrosas, como foi o caso da Lei Seca nos EUA, que ao invés de resolver o problema proposto, gerou efeitos colaterais terríveis para a sociedade, como o fortalecimento do crime organizado, aumento da violência e da corrupção.” ( Fonte: http://www.abrasel.com.br/index.php/atualidade/item/4421/ )
Caríssimos, a mencionada Lei Seca americana vigorou por 14 anos, após aprovação de Emenda Constitucional, e determinava a proibição das bebidas alcoólicas de forma ampla. Tornou-se crime a fabricação, venda, transporte, importação e exportação de bebidas alcoólicas em toda a área dos Estados Unidos e dos territórios judicialmente submetidos a eles. Então a Abrasel que me desculpe, mas esta comparação mostra-se, além de absurda, de uma ignorância lamentável. Para não dizer que trata-se de evidente tentativa de manipulação na formação de opinião, o que seria criminoso quando o objetivo real da Lei é preservar a VIDA. Não está proibido o consumo de bebidas aos cidadãos brasileiros, o que se proibiu e com muita propriedade, é que o cidadão beba e dirija.
Seguindo em frente, vi uma reportagem com enólogos, tementes por seus empregos. Eles cheiram e saboreiam diversas amostras de vinho todos os dias, como parte de seu trabalho. Depois entram em seus carros e retornam às suas casas. Pois bem, feito o teste do bafômetro, inicialmente logo após um enólogo tão somente bochechar um vinho, sem ingerí-lo. Teor alcoolico de 0,2. Numa blitz, ele teria problemas. No entanto, poucos minutos depois, feito novamente o teste, novo resultado: 0,0. Conclusão: basta esperar alguns minutos após a última degustação, antes de pegar o volante.
Mas a matéria mais interessante foi com os profissionais da saúde. Os acidentes caíram consideravelmente nas duas últimas semanas, o que traz otimismo quanto à eficácia da nova Lei. Médicos e socorristas das ambulâncias comemoravam a redução de ocorrências. Então, por que não rebatizar a Lei para chamá-la de Lei da Vida?! Fica a minha sugestão.
Ontem à noite saboreei um delicioso salmão com molho de maracujá, regado por vinho tinto e muita conversa boa. Estava em casa, portanto não corria risco nenhum. Quem estava dirigindo não bebeu. E, para finalizar este post, em homenagem a minha amiga e seu noivo gaúcho, aqui está o vídeo mencionado em nossa conversa... Ele não atropelou ninguém! E atenção especial para o cofrinho...