segunda-feira, 21 de março de 2011

Lucidez


"Cuide-se como se você fosse de ouro, ponha-se você mesmo de vez em quando numa redoma e poupe-se." Clarice Lispector
Ouvi hoje de uma amiga que sou uma pessoa lúcida. Engraçado justamente este adjetivo, nunca havia me imaginado nele, ou talvez ele em mim. E foi então que dei de cara com a frase acima, declinada por Clarice Lispector. Para mim, de uma lucidez sem igual.
E então percebi que precisei de mil palavras para dizer exatamente o que Clarice transmitiu com uma simples frase.
Tenha tempo para você, curta o silêncio de sua própria companhia, quem sabe lendo um livro ou uma música de que goste... Medite, se olhe no espelho, veja que que história cada parte do seu corpo conta, o que seus olhos te dizem... Tenha tempo para você!
Porque família e amigos são importantes, mas nada é mais importante que amar a nós mesmos, tornarmo-nos a cada dia pessoas melhores, somente assim seremos uma boa companhia para o outro, se admirarmos quem somos e aprimorarmos nosso eu a cada dia.
Não adianta viver cercado de multidões e se sentir só, ter companhia e chorar sozinho no chuveiro. Sentir um vazio no peito e na alma, estar perdido fora de si mesmo.
Porque na vida a única certeza é a transitoriedade, tanto das tristezas quanto dos momentos de glória, e como você lida com eles é o que realmente importa.
Ninguém vive todo o tempo no auge, como também não há queda que nos mantenha com os joelhos no chão para sempre. Em algum momento você vai repirar fundo, apoiar um dos pés no chão e impulsionar o corpo para cima, até se colocar de pé novamente. E quanto antes o fizer, menores serão as dores pelo corpo, por ter ficado de joelhos. Ame-se!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Lapidar uma mulher


Já faz algum tempo que venho ensaiando escrever sobre a mulher e sua evolução ao longo dos tempos, mas termino publicando outras coisas. Agora, devido a experiências de vida que foram partilhadas comigo, me senti quase que compelida a tratar deste tema.

Quando entrei na faculdade de Direito, o Código Civil vigente ainda era o de 1916, que trazia pérolas como em seu art. 233: "O marido é o chefe da sociedade conjugal, função que exerce com a colaboração da mulher, no interesse comum do casal e dos filhos". E não parava por aí... Art. 242: "A mulher não pode, sem o consentimento do marido: VII. Exercer profissão. VIII. Contrair obrigações, que possam importar em alheação de bens do casal. IX. Aceitar mandato."

Ao me formar, entrava em vigor o Código Civil de 2002, melhor adaptado à realidade da sociedade brasileira. Vejam o que diz o novo artigo acerca do papel do homem e da mulher na casamento: "Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família."

Algumas pessoas acreditam que as leis mudam as relações sociais, eu creio no oposto. As relações sociais é que mudam as leis, porque estas são reflexo daquelas.

Inegável que o começo de todo ser humano é sua mãe. Seu ventre, o que ela bebe, come... Mãe e filho são um só. Depois que nasce, durante os primeiros meses de vida, também é com ela que se formam os laços mais fortes, porque é ela quem amamenta, perde noites de sono, vigia. Depois de alguns dias ou meses é que pai e mãe conseguem dividir melhor as tarefas, mas o vínculo com a mãe é sempre mais forte. E justamente por isso não entendo a necessidade de algumas sociedades em insistir na submissão e humilhação feminina. Fico imaginando que cidadãos este tipo de conduta forma, sem respeito àquelas que são a imagem de quem lhes deu a vida, alimentou, ensinou o que é amor.

Entendo que cada ser humano tem seu próprio tempo de trevas e luz, ignorância e conhecimento, então talvez estes povos ainda tenham um longo caminho a percorrer, até se darem conta do que perderam preocupando-se em subjugar a mulher, usar a força sobre a inteligência, violência para dominar o espírito feminino... Porque homens e mulheres são sim diferentes, mas se completam, não falo apenas enquanto casal, mas na convivência.

Nós mulheres temos uma força interior que transcende a física, emana pelos nossos poros, contagia com uma energia diferente aqueles que nos cercam... Mas isso somente floresce em condições favoráveis, impossível alguém emanar positividade enquanto é massacrada. Assim como o canto de um passarinho preso tem menos brilho que aquele ouvido ao longe, enquanto ele mergulha pelo céu.

Para finalizar, compartilho com vocês o texto de Affonso Romano de Sant'Anna, que inspirou o título do post:

"
Há quem tente lapidar uma mulher como se lapida jóia rara e pedra bruta. Com escalpelo cinzel buril inscrevem nela uma figura, depois a expõem nos salões revistas e altares apregoando quantos camelos quantos colares vale o dote -da criatura. Na Nigéria também lapida-se mulher mas de forma inda mais dura. Não bastassem os muros em que viva vive emparedada é sob pedras que a mulher viva é pétrea e friamente sepultada quando não se conforma com a forma como desde sempre é deformada. Assim a mulher que se nega a ser por eles esculpida deve morrer como viveu: -petrificada. Atiram-lhe tantas pedras até que não se veja a forma e o sangue da apedrejada, até que a mulher-alvo alvejada desapareça numa maré de pedras coaguladas. Desta feita os escultores foram mais perfeccionistas deixaram a mãe amamantar o filho antes que o leite no seio se petrificasse. Assim o filho na fonte beberia o pétreo ensinamento antes que a fonte secasse. Ao amante não lapidaram. Ali o homem já nasce feito é obra de arte que dispensa qualquer lapidação. A mulher, sim, carece de acabamento posto que imperfeita figura na ordem da criação."

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Marido viaja e... TUDO ACONTECE!


Meus amigos, foram tantos os acontecimentos desde que Gill embarcou na sua última viagem a trabalho (e ele só volta domingo!) que estou compartilhando minha tese com vocês: basta o homem da casa viajar que tudo começa a desandar!!!
É verdade que eu tenho aquele ar auto suficiente, independente, mulher moderna que já nasceu sabendo se virar. Pois bem, isso tudo é verdade. Mas quando se vive em dupla, a gente se acostuma com a parceria, cumplicidade, a dividir os risos e também o stress...
Mas deixa eu explicar do começo...
Na quinta-feira quando Gill viajou, a Embasa resolveu fazer uma greve básica e faltou água aqui no condomínio quase 3 dias seguidos. Foi um stress só, cheguei a repensar se ia deixar minha mãe vir ficar comigo como ela havia planejado, mas a água voltou e então no sábado lá fui eu a Salvador, trazer ela e Ash para cá.
Tudo certo, programado, até que... quando cheguei do trabalho, na terça-feira, diarista em casa a todo vapor, geladeira descongelada para lavar... Cadê a água?! Novamente a Embasa me prega uma peça e faltou água até umas 23h...
Ok, vamos pra frente que a semana estava apenas começando.
Quarta-feira fui ao supermercado, comprei água mineral, ração e... descobri o quanto é penoso carregar aquele garrafão do carro à cozinha e do chão até o bebedouro. Depois, o mesmo processo para a ração... E eu estava exausta!
Tinha planejado tomar um vinho tinto com minha mãe, mas a sacola do mercado partiu e a garrafa quebrou em mil pedaços no meio da cozinha. Não, eu não estou inventando isso e tenho testemunhas.
No dia seguinte, cheguei em casa disposta a relaxar, dormir cedo, esquentar a lasanha para minha mãe e eu, tomar meu suquinho de maracujá e desmaiar... Teria sido lindo, mas isso não estava nos planos da Coelba. Sério! Faltou energia elétrica no exato momento em que me deitei para dormir. E não voltou até 04:30h! Ou seja, somente dormi profunda e confortavelmente (com o ar condicionado ligado) por pouco mais de uma hora, antes de sair para mais um dia de trabalho.
Ah, eu mencionei que no dia anterior comi um peixe no almoço que me fez muuuuito mal? E que a torneira do lavabo não pára de pingar? Pois é.
Sexta-feira, apesar da noite mal dormida, do cansaço, de tudo... comecei o dia animada. Afinal, a volta de Gill já estava próxima e eu ADORO sextas-feiras... Até receber um telefonema da diarista, avisando que arranjou um emprego e que somente concluiria as diárias deste mês, que praticamente acaba semana que vem.
E lá vou eu, ligar para as amigas, providenciar uma solução para MAIS ESTE problema!
Saí do trabalho mais cedo e quando cheguei em casa ouvi de minha mãe que a energia elétrica foi embora novamente, ela ficou praticamente a manhã inteira fazendo palavras cruzadas. Tadinha, que acampamento furado fui arranjar para ela esta semana!
Gente, era isso, desabafei! Agora já avisei a Gill que ele só viaja depois de planejar com meses o estoque de ração, água mineral, revisar a parte elétrica, hidráulica e etc!!!
Ah, eu disse que metade das lâmpadas da casa queimaram, depois do apagão?!
Volta logo, meu amor!!!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Novidades!

Mais uma vez a minha vida dá uma guinada e começo tudo novamente. Emprego novo, empresa nova, novos desafios. Claro que quando a escolha é nossa, fica tudo mais fácil de administrar, passada pouco mais de uma semana já sinto como se estivesse fazendo isso há séculos. Ou pelo menos meu corpo diz isso em forma de cansaço.
Nunca pensei que fosse dizer isso, mas chego em casa me sentindo cansada até para comer!
Fiz uma viagem curta hoje, passando por alguns municípios da Bahia que conhecia, outros só de nome... E fiz uma viagem maior ainda pelo passado, lembrei demais de algumas muitas vezes em que acompanhei minha mãe em suas viagens a trabalho, pelo interior. Acho que puxei a ela, porque arranjei assunto para conversar com o motorista nas quatro horas em que estivemos na estrada, somando ida e volta.
Descobri que o rapaz de 25 anos já morou nos Estados Unidos, dirigiu caminhão e ganha mais que muito advogado que eu conheço.
A empresa nova representa um desafio imenso, proporcional ao fato de que estou realizando um sonho: o de unir Direito e inglês. Estou muito feliz e isso tem sido a minha grande motivação para dar o melhor de mim em cada segundo do dia, daí porque estou cansada.
Um colega que iniciou junto comigo usa uma expressão bastante feliz: precisamos entrar no fuso da empresa. É verdade! Tudo é novo, diferente, até a comida, então a adaptação do corpo demora um pouco.
Ouvi essa semana do meu Manager que fui escolhida pela minha postura proativa, em apenas cinco dias de trabalho ele já me deu feedback de que estou correspondendo a suas expectativas. Ufa! Que bom! Mas ele disse também que há ainda muito mais por vir... vamos lá!
Os dias tem corrido, ainda sinto como se não tivesse a exata noção do tamanho da responsabilidade, hoje conversei com um colega da área penal e ele tentou me dar uma vaga idéia em termos territoriais... (risos dentro de minha cabeça) Ok, é muita coisa.
Hoje encontrei com um conhecido, sorridente, pelo corredor. Uma breve conversa em inglês e meu coração se iluminou... tive a certeza de que estou no lugar certo. Cheguei até aqui pelos meus méritos e vim pra ficar.

domingo, 31 de outubro de 2010

Domingo, 31 de outubro de 2010. Esta data entra para a história do Brasil como o dia em que foi eleita a primeira mulher Presidente da República. Mas o grande vencedor destas eleições é Luís Inácio Lula da Silva.

Não vou questionar aqui a decisão de uma nação, que democraticamente foi às urnas e lá depositou seus votos. O que me deixa entristecida é perceber quão pobre nossa política se tornou, fazendo com que os eleitores se deixem influenciar por pesquisas, por indicações de padrinhos políticos, por promessas vazias e discursos incoerentes.

Porque divergência de opiniões faz parte da nossa condição de ser humano, é o que nos difere dos ruminantes, galináceos, felinos e mesmo dos caninos que tanto amo. A complexidade das relações que estabelecemos, pensamentos, filosofias, amores e paixões nos movem numa roda viva ao longo da estrada da vida.

E a política faz parte de nós, da convivência em comunidade. Tolo aquele que deixa de exercer um direito tão maior que nós, do voto. Ou aquele que se diz apolítico. Amigo, você pode até não se envolver, não discutir, não participar. Mas a política vem a todos nós, nas ruas em que circulamos, cheias de buracos ou alagadas a cada chuva. Nas escolas que a cada dia ensinam menos aos futuros eleitores deste país. Nos hospitais lotados, sejam públicos ou particulares, onde os médicos tem a dura tarefa de decidir quem vive e quem morre. Nas estradas por onde circulam todas as mercadorias que você compra nos supermercados e feiras, e que pelo seu péssimo estado encarece a cesta básica. Nos impostos que TODOS pagamos, em maior ou menor escala, que bate recorde a cada ano – em 2010 já ultrapassamos o trilhão – sem que haja a contrapartida pelo Estado em serviços públicos à população. Na polícia, ou ausência dela, que vê a criminalidade aumentar, impotente.

Então, após a confirmação de que temos uma nova Presidente, desejo-lhe boa sorte apesar de não me ver bem representada por sua pessoa.

Até 2012, nas eleições municipais!

E viva a democracia!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Eleições 2010


Salvador virou uma lixeira a céu aberto. Todos os dias amanhecem na capital baiana novos cartazes instalados à margem das principais avenidas da cidade, com fotos de candidatos às eleições 2010.
Não bastam os intermináveis horários gratuitos três vezes ao dia, totalizando cento e cinqüenta minutos de pura baboseira, além das propagandas gratuitas, tudo veiculado na rádio e TV. Político sempre quer mais um pouquinho. E ganha.
Deve ser a única ocupação que recebe salário, mas não o utiliza para seus gastos com viagens, combustível, telefone, internet... tudo pago por você e eu, que como todos os demais trabalhadores brasileiros, pagamos por nossas viagens, combustível, aluguel, financiamento de carro, supermercado, luz, telefone, internet e etc com nossos salários. E como nunca dá, ainda pagamos os juros quando entramos no limite da conta no banco.
Então, a cada dois anos somos convocados para, democraticamente, eleger nossos representantes no legislativo e executivo, após sermos bombardeados por toda a propaganda política. Os candidatos não fazem a menor cerimônia em emporcalhar as vias públicas para mostrar seus sorrisos, que também só aparecem nesta época de eleições, além de nos entediar diuturnamente com seus discursos ultrapassados, frases feitas, promessas já muitas vezes anunciadas e jamais executadas.
Os eleitores, por outro lado, vivem um momento de absoluto torpor, como já visto antes na história. A saúde pública continua um caos, segurança pública virou piada, as estradas estão tão esburacadas quanto a quatro anos atrás, os bancos bateram todos os seus recordes de lucro, o funcionalismo público nunca ganhou tão mal, os aposentados beiram a linha da miséria, já que somente o salário mínimo aumenta e ainda assim, é pouco então a solução é distribuir esmolas, bolsa disso, daquilo e de mais alguma coisa. O melhor: quem paga? Você e eu.
Claro que qualquer democracia é melhor que uma ditadura, mas caso ainda não tenham percebido, as massas de manobra deste país nunca foram tão afinadamente manobradas quanto hoje. E apesar de estar tudo como dantes, o pensamento da esmagadora maioria – haja vista os índices das últimas pesquisas – é que nada disso importa, já que, se estivessem eles no poder, fariam exatamente igual. Cada um por si, o resto que se dane.
Apesar de ser otimista por natureza, vejo com preocupação o endividamento do país, a aceitação aos repetidos assaltos a mão armada aos cofres públicos, a trieleição do suposto trabalhador da indústria que desde que ingressou na política nunca mais bateu um cartão de ponto.
Quem quiser que acredite em ferrovia oeste leste, ponte Salvador Itaparica, coelhinho da páscoa e Papai Noel. Eu voto com minha consciência, nos (poucos) candidatos que se mostram sérios e apresentam propostas simples, mas coerentes para governar e legislar.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

DIA DO ADVOGADO


Reza a Constituição Federal, em seu artigo 133 que: “O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.”

O Direito me escolheu, mas a advocacia quem escolheu fui eu. Acredito que tenho em mim nato o poder do convencimento. Porque advogar é convencer, é construir uma tese e por ela se guiar ao longo do processo.

Mas diferentemente do que pensa a imensa maioria das pessoas, advogar não implica necessariamente em enganar, mentir, usurpar. Esta idéia foi construída pela atuação de uma minoria de advogados, que crê na defesa de interesses, custe o que custar, ainda que para isso seja preciso “negociar favores”.

Minha perspectiva é de que um advogado pode sair vitorioso de uma demanda judicial, mesmo que seu cliente não tenha sido absolvido, ainda que a empresa tenha sido condenada a pagar verbas trabalhistas a um ex-funcionário, ou até o Autor não tenha conseguido que todos os seus pedidos fossem julgados procedentes. Porque quem deveria ganhar sempre é a Justiça e não apenas uma das partes.

Considero vitoriosa a Sentença justa, que observa a tese da inicial, da defesa, as provas e consegue, com base no que consta dos autos, decidir de maneira imparcial, correta, honesta.

Quem advoga ou tem contato com o Judiciário sabe que, infelizmente, existem Juízes que condenam a empresa já no momento em que o processo é distribuído para a sua Vara, sem sequer analisar as peças processuais. Uma pena. Nestes casos, perdem todos, inclusive a Justiça, que foi esquecida em prol de um convencimento íntimo do Magistrado.

Já vivenciei casos em que o Reclamante pleiteava o reconhecimento de vínculo, no entanto em seu depoimento e de suas testemunhas ficaram claros a inexistência dos pressupostos de uma relação de emprego, que são: subordinação, pessoalidade, habitualidade e onerosidade. O Autor confessou que não havia pessoa responsável por fiscalizar seu trabalho, que poderia se fazer substituir por um colega, que poderia se ausentar livremente, e que se não trabalhasse, também não receberia pois os pagamentos eram de acordo com a produtividade, portanto não havia salário. A empresa foi condenada em primeira instância e ainda aguarda julgamento de Recurso pelo Tribunal Regional do Trabalho.

E é justamente por causa de situações como esta que o advogado é mesmo indispensável à administração da Justiça. Sem estes profissionais, o sistema seria ainda mais cruel e caótico.

Concluindo: o Advogado NÃO deve defender seu cliente ignorando a ética, dignidade da pessoa humana e responsabilidade social. Vemos diariamente casos divulgados pela mídia e advogados que argumentam em defesa de seus clientes, às vezes réus confessos, outras vezes com seus crimes gravados por câmeras, utilizando-se de torpeza, denegrindo a reputação das vítimas mortas.

Gosto sempre de comparar o ofício do advogado ao do médico. Ninguém condena este por salvar a vida de um assassino, estuprador, ladrão que chega ao pronto socorro baleado. Portanto, se a todo réu deve ser assegurado o direito à defesa por um advogado ou defensor público, que não julguemos o profissional por estar fazendo seu trabalho. Mas que não se confunda defesa com leviandade, pois todo réu tem direito à defesa, mas não tem direito a tentar eximir-se da responsabilidade pelos seus atos. Se cometeu um crime, deve pagar, mas na proporção do delito que cometeu, o advogado então deverá, com base nas leis, elaborar a melhor defesa, para que possíveis atenuantes sejam consideradas, ou mesmo agravantes excluídas, e que seja feita JUSTIÇA!