domingo, 2 de novembro de 2008

Homenagem ao Menino Que Voa

Costumo dizer que o tempo e acontecimentos fazem aumentar ou diminuir o amor que sentimos. Nos aproximamos de quem nos cativa, assim como nos afastamos daqueles que nos são indiferentes, ou nos machucam com atitudes e palavras.
Algumas pessoas passaram por minha vida e deixaram marcas profundas, momentos felizes os quais levarei comigo por toda a existência. E se somos seres eternos, como dizem, então esse sentimento que nutro por tantas pessoas (e cachorros), somente farão de mim alguém melhor ao longo de minha jornada.
Mas não vou negar que também existem pessoas as quais já amei mais, quando idealizava que não tinham defeitos, apenas amor em seus corações. Quando acreditava serem justas, sinceras, humildes. Isso foi há muito tempo.
Cresci, aprendi, vivi, errei e continuo errando, mas sempre tentando acertar, dar o melhor de mim. E, dentre meus erros, pode ser que esteja o de me dedicar somente àqueles que considero merecedores, como minha mãe. Com todos os seus defeitos sei que seu amor por mim é incondicional, assim como o meu por ela (mesmo que por milésimos de segundos ela chegue a duvidar dessa recíproca... coisa de mãe!).
Voltando ao assunto deste post... hoje quero homenagear um grande amigo, uma pessoa que a cada ano conquista mais um pouco de mim, da minha amizade e admiração. É aniversário do Menino Que Voa, e há poucos dias conversávamos sobre o início de nossa amizade...
Foi há 12 anos, ele estava se formando, vivendo o que eu somente experimentaria 05 anos depois, a sensação de dever cumprido e a pergunta: e agora? Ele começava a lutar por seu espaço no louco mercado de trabalho de Salvador, ainda despreparado para os formandos da primeira turma da FACS em RP, e eu fazia cursinho no Oficina. Saímos, logo depois de nos conhecermos, era a nossa primeira vez num restaurante japonês. De tão assustados, comemos o que de pior se pode comer num restaurante japonês: batata. Hilário. Até que, já no final da noite, buscando alento para nossa fome, resolvemos experimentar um filé, o que foi uma agradável surpresa. Não nos arriscamos com os pauzinhos, somente aprendemos como lidar com eles algum tempo depois, afinal, ele escorpiano e eu taurina com ascendente em escorpião, somos vaidosos demais para demonstrar em público a falta de familiaridade com algo tão banal quanto um par de hashi.
A amizade se consolidou quando ele e eu ficamos novamente solteiros e caímos na balada... nos redescobrimos, vimos que daquele momento em diante nenhum outro relacionamento ou ciúme de nossos parceiros seria capaz de se sobrepor à nossa amizade. Vivemos momentos de verdadeiro “grude”, nos víamos quase todos os dias e os telefonemas se multiplicavam. Com as facilidades da internet as contas de telefone diminuíram, ufa!
Até porque... hoje precisamos de no mínimo um DDD para nos falarmos por telefone, ou mesmo de um DDI às vezes, já que atualmente ele “mora” mais fora que no Brasil. Não estou esquecendo do Skype, mas é que ainda prefiro a criação de Gran Bell.
Quando ele me disse que havia decidido viver sua vida nas alturas, depois de cansado da exploração e falta de espaço no mercado baiano, tinha certeza de que daria certo. Ele havia amadurecido, tomado algumas pancadas e aprendido com a vida a levar certas coisas mais a sério. Dentre elas, a enxergar os verdadeiros amigos, e diferenciá-los dos meros “conhecidos”.
Então ele voou... primeiro para Sampa, onde passou pela fase de adaptação sem reclamar, sem jamais ligar se dizendo arrependido. Deve ter sido duro, mas todo o tempo ele demonstrava a certeza de que estava no caminho certo, a tranqüilidade de quem sabe o que quer. Pois bem... apenas alguns meses depois ele já estava inaugurando sua nova vida, com a “síndrome da enceradeira”, como tinha que ser. Claro que nenhuma caminhada é feita sem altos e baixos, pedras e buracos. Sem isso, qual seria a graça?
O mais importante é que, mesmo depois de tanto tempo “longe”, com CEP de outro estado, dormindo e acordando em outros países, ele ainda dá um jeitinho de se fazer presente, sempre que pode estar com os amigos, manter nossa amizade, nutrir o amor e admiração que sinto.
É claro que hoje ele tem toda uma vida em São Paulo, é meio paulista meio baiano, como gosta de dizer, e vem muito menos a Salvador que antes. Ainda assim, sempre que pode dá um jeito de aparecer para comemorar aniversário, formatura, e o que mais aparecer.
Por isso é que este amigo/irmão merece todo carinho que nutro por ele, porque sabe como ninguém como cativar amizades e cultivá-las.
Parabéns, meu amigo! Continue sua jornada nos ares com competência e serenidade, trilhando seu caminho, criando seu espaço, realizando suas conquistas.

Um comentário:

O Menino que Voa disse...

CARALHO... é foda ler isso e não acabar com lagrimas nos OLHOS. Primeiro, pela homenagem. Segundo, pelas palavras que tão bem contaram uma historia rica de amizade sem cobrança, amor por amor e aventuras que constróem alicerces. AMO VOCÊ MUITO!!! ...e obrigado pelas palavras maravilhosas.... MESMO!